O estudo se detém tanto na teorização que Nietzsche oferece do tema -- em alguns cursos oferecidos na Universidade de Basel nos anos 1870 e no escrito inacabado e póstumo Sobre Verdade e mentira -- quanto nos aspectos discursivos da obra de Nietzsche que podem ser descritos em termos retóricos. Exploro na primeira parte o tratamento temático da retórica nos textos filológicos e acadêmicos de Nietzsche. Argumento no prelúdio contra as escolhas filológicas de Heidegger, que conferem prioridade às notas póstumas (...) do corpus nietzschiano em detrimento das obras por ele publicadas. Na sequência, reconstruo as principais teses nietzschianas sobre a retórica antiga. Aqui me contraponho fundamentalmente à leitura de Paul de Man ao enfatizar a importância que o filósofo confere à dimensão expressiva da linguagem (com destaque para o registro oral, que deve ser emulado pelo registro escrito. Argumento, com base em evidências textuais extraídas tanto dos cursos quanto de obras posteriores, que o interesse de Nietzsche pela retórica não se reduz à sua tentativa de desenvolver uma epistemologia dos tropos que estaria a serviço de um projeto de desconstrução da metafísica. Embora encontremos um movimento nesta direção, há também esforços mais positivos, como a tentativa de elaborar uma teoria da percepção e da mente em analogia com o tipo de inferência que realizamos ao construir e interpretar enunciados semanticamente desviantes (tropos ou figuras de linguagem). Na segunda parte deste estudo, defendo que a dimensão retórica da filosofia de Nietzsche comporta pelo menos quatro aspectos essencialmente distintos: (1)recursos expressivos (estilo, que remeto à noção aristotética de prova ética e que está associado à dimensão material e pré-convencional da linguagem, cujo propósito é comunicar não ideias, mas um pathos específico, um determinado estado fisiológico caracteristico de uma certa organizaçõa pulsional); (2) dispositivos heurísticos (invenção, que associo à presença em Nietzsche do paradigma indiciário e de inferências abdutivas: uso de anedotas, recurso a aproximações etimológicas, atenção a aspectos residuais nos documentos históricos); (3) estratégias argumentativas (aqui me limito a descrever o que julgo ser a estratégia de invalidaçao predominante em Nietzsche, a estratégia polêmica, e que se contrapõe programaticamente ao monopólio do modelo socrático do elenchus, ou refutação) e (4) formas de exposição (gêneros literários da filosofia: embora eu reconheça que Nietzsche experimenta com uma multiplicidade de formas literárias de exposição dos argumentos, defendo que o gênero mais característico de sua prosa filosófica deve ser descrito como um tipo de ensaio aforismático, que combina características tanto do ensaio quanto do aforismo em sua forma pura). (shrink)

A detailed discussion of Corbanezi's book, entitled "Perspectivismo e Relativismo na Filosofia de Nietzsc he," published in 2021 by the Collection Sendas & Veredas [Ensaios] in a partnership between the Unifesp Publisher and GEN (Grup de Estudos Nietzsche). The book aims to answer a very specific question: to what extent does Nietzsche's perspectivism incur in relativism? To answer this main question, Corbanezi mobilizes some of the main concepts of Nietzsche's theoretical philosophy, competently displaying their internal articulations (world conception, will to (...) power, forces, perspective, interpretation, relation, impulses, values). In making this choice, he goes against a certain current preference for exploring more peripheral themes of the German philosopher's work. The main and extended argument of the book consists in showing, against the hegemonic reading in the secondary literature, that the question does not bear a univocal negative answer, and this means: if on the one hand, Nietzsche's perspectivism refuses and combats relativism, on the other hand, he actually admits it and even radicalizes it. How is it possible to defend such a conclusion? To some extent, we can say that Corbanezi arrives at this seemingly counterintuitive result by mobilising the resources of Nietzschean philosophy itself, that is, by perspectivising the question. The present discussion reconstructs the author's main arguments in defence of his nuanced position and assesses to what extent such arguments are convincing and supported by defensible methodological choices. (shrink)

The aim of this paper is, firstly, to present some reasons why source criticism is a particularly promising methodological approach when applied to Nietzsche’s work. Starting from a first taxonomy, devoted to the various methodological approaches in the history of philosophy, I argue that source criticism is particularly well suited to dealing with Nietzsche’s work, due to the enthymematic nature of the ways he presents his arguments as well as to the nature of some of his substantive philosophical commitments (such (...) as ethical perfectionism and descriptive fictionalism). Next, I propose a second taxonomy, which classifies the variety of connections Nietzsche establishes with his philosophical sources: spiritual affinity, programmatic commitment and instrumental appropriation. (shrink)

Nietzsche mobiliza recursos retóricos de natureza heterogênea em sua obra, que podem ser distribuídos em pelo menos quatro grandes rubricas: elementos que (1) incidem sobre a materialidade sonora e rítmica da linguagem (dimensão expressiva associada à prova ética); (2) orientam a adoção de um conjunto de estratégias argumentativas que variam conforme as necessidades filosóficas do momento (dimensão argumentativa ou dialética); (3) dizem respeito a escolhas relativas à forma de apresentação dos argumentos, ou à sua inserção no interior de diferentes gêneros (...) literários (aqui vale a tese do pluralismo defendida por Nehamas, pois Nietzsche explora as potencialidades de diferentes formas de apresentação para as suas ideias, sendo a principal delas um gênero híbrido que incorpora elementos do aforismo e do ensaio); finalmente, (4) retomam aspectos relativos à invenção (dimensão heurística do paradigma indiciário, com a valorização da inferência abdutiva). Neste artigo pretendo mostrar, através de uma caracterização sumária da prática discursiva de Nietzsche, assim como de uma rápida retomada de sua tematização da retórica, como essas diversas dimensões (expressiva, inventiva, argumentativa e expositiva) se integram em seu projeto filosófico, tornando-se uma parte constitutiva do mesmo. Essa leitura se contrapõe a uma tradição que nega relevância filosófica à dimensão retórica da obra de Nietzsche, relegando-a a uma suposta dimensão exotérica de seus escritos. Há formas implícitas e explícitas pelas quais um intérprete pode chegar a esse resultado. Dentre as formas implícitas de contornar o desafio retórico posto pela filosofia de Nietzsche, a mais célebre é a de Heidegger. Ela se funda em sua decisão filologicamente controversa, no limite indefensável, de conferir primazia aos póstumos em detrimento dos livros publicados pelo filósofo, que deveriam, segundo ele, ser tomados como fachada. Paul de Man representa a forma explícita dessa recusa, mas com resultados curiosamente próximos aos de Heidegger, ainda que movido por intenções filosóficas distintas. No presente ensaio recuso ambas as estratégias de evasão e procuro mostrar que os diversos aspectos retóricos presentes na obra de Nietzsche se integram de forma relativamente harmônica ao seu projeto filosófico de cunho perfeccionista. (shrink)

This paper compares Nietzsche ́s views on the relationship between philosophical reflection and empirical sciences against the background of some of the debates in the so-called transcendental tradition, in order to characterize his position in terms of a liberal kind of methodological naturalism. Initially, it will be shown that there are some similarities between the debates in the German academic philosophy of the second half of the nineteenth century and the Postquinean contemporary debates on naturalism. I discuss subsequently F. A. (...) Lange ́s historical views concerning the emergence of methodical discipline within the materialistic tradition, as well as Nietzsche ́s reception of them. Next, I present Spir ́s arguments against the naturalizing programs of his time, as well as Nietzsche ́s response to him. In the last section, I discuss the meaning of Nietzsche ́s orientation to a speculative philosophy of the will to power in his late works and whether it is compatible or not with his more liberal conception of naturalism mainly supported in his middle period works. (shrink)

Resumo: Este artigo é uma homenagem à trajetória de André Itaparica na pesquisa Nietzsche brasileira. Feita de um ponto de vista sobretudo pessoal, esta homenagem não poderia deixar de mencionar algumas das virtudes que se sobressaem em seu trabalho e que no meu entendimento conferem exemplaridade às suas contribuições para os estudos Nietzsche no Brasil. Entre essas virtudes destaco por fim a gentileza, que curiosamente não costuma figurar no catálogo das virtudes intelectuais. O trabalho de André Itaparica é um convite (...) para que essa negligência seja revista.: This paper pays tribute to André Itaparica’s career in the Brazilian Nietzsche research. Written mostly from a personal point of view, this homage couldn’t fail to mention the many virtues embodied by his scholarly work, which in my view place it in an outstanding position in the Brazilian Nietzsche studies. Among his many virtues I finally emphasize courtesy, which remains largely unnoticed as an intellectual virtue. Itaparica’s work invites us, I submit, to compensate this undeserved neglect. (shrink)

This paper discusses two theses about Plato that Nietzsche defends in his lectures on the Athenian philosopher offered by him at the University of Basel during the 1870s. Nietzsche’s first claim concerns Plato’s philosophy: relying on Aristotle, Nietzsche holds that Plato was initially brought to a metaphysically motivated version of scepticism as a result of his affiliation to the Cratilian interpretation of Heraclitus. Although the Socratic method of defining and testing concepts as well as its metaphysical complement, the theory of (...) Forms, has allowed Plato to overcome this kind of metaphysically motivated scepticism, Nietzsche argues that such an overcoming is only provisional if one needs to accept the authenticity of Parmenides, then the arguments displayed in this later dialogue lead to a sceptical conclusion regarding the theory of Forms. The second claim advanced by Nietzsche in his lectures concerns Plato’s philosophical character, which is identified with the figures of the legislator and the political reformer. According to Nietzsche, all of Plato’s philosophical commitments must ultimately be interpreted in the light of his political project, for here there is no place for scepticism anymore. (shrink)

Ziel meines Aufsatzes ist es, die Frage zu stellen, ob die Art und Weise, wie Nietzsche sich auf das Verhältnis zwischen Philosophie und Wissenschaft bezieht, mithilfe des zeitgenössischen methodologischen Naturalismus beschrieben werden kann. Leiter (2009) hat diese Frage mit einem entschiedenen Ja beantwortet, ohne jedoch die Spannungen, die eine solche Antwort mit sich bringen, ausführlich zu diskutieren. Zumindest aus zwei Gründen scheint die Philosophie Nietzsches sich mit der stärkeren Version des methodologischen Naturalismus nicht so leicht in Einklang bringen zu lassen: (...) Erstens aufgrund des Prinzips des Willens zur Macht, das die These impliziert, dass das Intentionalitätsvokabular primitiver bzw. gründlicher als das physikalistische Vokabular sei, als einer Konsequenz aus der Verwendung des pragmatischen Prinzips der Sparsamkeit auf die ontologische Debatte (JGB 36, KSA 5, 54 f.); zweitens aufgrund Nietzsches Auffassung der spezifischen Aufgabe der Philosophie als einer normativen Aufgabe (JGB 211, KSA 5, 144 f.; GM I Anmerkung, KSA 5, 289). Gegen die starke Interpretation Leiters werden hier die folgenden Thesen vertreten: Nietzsche kann nur insofern als ein Vertreter des methodologischen Naturalismus betrachtet werden, als er der Auffassung ist, dass der Philosoph epistemische Tugenden erst dann gewinnt, wenn er sich mit einer wissenschaftlichen Methode vertraut macht (MA I 256, KSA 2, 212). Das bedeutet, dass er sich zumindest vorläufig den Regeln unterwirft, die innerhalb einer bestimmten wissenschaftlichen Gemeinschaft gelten (MA I 635, KSA 2, 360 f.; JGB 188, KSA 5, 108 ff.). Der Philosoph soll dies tun, um die epistemischen Tugenden zu erlangen, die für die normative Aufgabe der Philosophie unentbehrlich sind. Diese epistemischen Tugenden sind wesentlich skeptischer Natur. Sie zu kultivieren, bedeutet sicherlich, epistemische Werte zu fördern, nicht aber unbedingt für sie (AC 54, KSA 6, 236 f.), geschweige denn für ein kausales, bzw. monokausales Erklärungsmodell Exklusivität beanspruchen zu müssen (JGB 21, KSA 5, 35 f.). (shrink)

Embora não o desenvolva na exposição que se segue, o argumento subjacente à minha contribuição para este volume é bastante simples: há duas vias pelas quais a filosofia de Nietzsche pode contribuir positivamente para uma revisão do modo como os seres humanos no ocidente definiram sua relação com o não humano: (1) a primeira via é a agonística – a tese agonística pode ser mobilizada para combater o viés especista que caracteriza boa parte da reflexão normativa do ocidente sem que (...) isso nos comprometa com a suposição de que é possível abandonar o perspectivismo em sua versão forte (a tese segundo a qual nossos esquemas conceituais e perceptuais, ou o fato de pertencermos a uma mesma história natural, nos aprisionam na perspectiva da espécie humana). O agonismo é uma posição filosófica que recusa a supremacia absoluta de uma formação de domínio como um arranjo prejudicial à própria formação de domínio; (2) a segunda via é a da filosofia da afirmação incondicional do acaso ou da necessidade, como Nietzsche se expressa alternativamente. Esta via comporta uma dimensão religiosa, por mais chocante que isso possa parecer a ouvidos nietzschianos. Nesta perspectiva da afirmação incondicional, todas as forças atuantes são igualmente afirmadas e a perspectiva normativa preservada minimamente na abordagem agonística é como que suprimida e toda tensão dissolvida. Segundo minha interpretação, a filosofia afirmativa defendida por Nietzsche exige uma política da reconciliação que vai além da perspectiva agonística. Ela representa a superação da visão moral de mundo na sua forma mais drástica: com um dizer sim até mesmo à perspectiva do último homem. Mas é justamente aí que as coisas começam a assumir ares dramáticos, pois Nietzsche reconhece que esta perspectiva não pode ser facilmente aceita em suas diversas implicações. Embora as duas vias que acabamos de mencionar possam inspirar legitimamente o projeto de uma revisão do antropocentrismo que caracterizou a reflexão normativa no ocidente, é necessário reconhecer que alguns traços do pensamento nietzschiano tornam esta tarefa de revisão altamente improvável. Uma vez assumida, a segunda via exigiria, por exemplo, a supressão de um dos traços centrais da personalidade filosófica de Nietzsche. Refiro-me a seu incansável ativismo em prol da autossuperação dos tipos mais elevados da humanidade. Esta dificuldade revela uma das facetas mais importantes da filosofia de Nietzsche, que consiste em seu compromisso com uma forma depurada de humanismo; um compromisso radical, que não pode ser ignorado por seus leitores. Esta forma depurada de humanismo fornece a autorização teórica para o lado sombrio da utopia nietzschiana: seu flerte com a noção de uma história planificada e de uma administração global da terra, como forma de promover o cultivo dos homens de exceção. Este lado sombrio da utopia nietzschiana pode ser descrito como um desdobramento consequencialista de sua ética perfeccionista, e está na origem das derivações políticas que o filósofo alemão extrai deste compromisso ético. Penso que isso justifique a expressão hiperbólica utilizada no título de minha contribuição: “A catástrofe do humanismo”. Sempre que esta modalidade de humanismo depurado prevalece na reflexão de Nietzsche, a única voz perceptível nesta que é a mais polifônica das escritas filosóficas é a voz do ativista militando em prol dos homens de exceção. Quando esse tipo de engajamento prevalece, não é possível discernir nenhuma contribuição especificamente nietzschiana ao tema em torno do qual nos propusemos a refletir nesta coletânea: nestas ocasiões Nietzsche permanece indubitavelmente no interior de uma tradição que confere exclusividade ao humano em sua reflexão normativa. (shrink)

This article considers two alternative responses to the question of the motivation behind the suspensive argumentation developed by the Pyrrhonic version of the ancient scepticism and also shows their respective difficulties: a) the therapeutic motivation, that takes the suspension of assent for the condition to reach not only a state of mental tranquillity concerning matters of opinion but also a moderate attitude towards passions; b) the epistemic motivation, which states that the suspension corresponds to the unique possibility to preserve philosophical (...) life in the absence of rational criteria to decide among competing philosophical theories. The latter kind of motivation, which consists in creating propitious conditions for the search for the truth, has nothing to do with the methodic motivation characterizing the modern reception of ancient scepticism. Although this motivation was not present in the Pyrrhonic scepticism, it could not be unknown to the academic sceptics because of their Socratic origins. (shrink)

Ziel meines Beitrages ist die These zu vertreten, dass das Triebmodell Nietzsches durch eine Auseinandersetzung mit dem schopenhauerianischen Prinzip des Willens zum Leben entwickelt wurde. Dieses Modell lässt sich als einen durchgehenden Versuch interpretieren, mit den begrifflichen Schwierigkeiten der Willensmetaphysik Schopenhauers umzugehen, die Nietzsche bereits im Jahre 1868 in der Leipziger Aufzeichnungen identifiziert hat. Was Nietzsche für besonderes verwerflich an dem Projekt Schopenhauers einer post-Kantischen Metaphysik hält, das ist im Wesentliche die Tatsache, dass er bei Durchführung dieses Projektes den alten (...) Dualismus von Leib und Seele durch einen neuen Dualismus, der Dualismus von Willen und Vorstellung, bzw. Willen und Verstand ersetzt hat. Der neue Dualismus Schopenhauers resultiert aus einer Reform unseres vorreflexiven Willensbegriffes. Bei dieser Reform habe Schopenhauer, so Nietzsche, die intentionale Qualität des Wollens „heraus subtrahirt“, so dass was „er ‚Wille‘ nennt“ „ein blosses leeres Wort“ sei (KSA, 13, 14[121], S. 301). Noch wichtiger als die Pluralität ist in Nietzsches Augen die Intentionalität, die als ein wesentliches Merkmal des Willensbegriffes gilt. Wollen und Vorstellen sind nicht ‚losgetrennt zu denken‘; von Wollen zu reden „ohne von vornherein einen Intellekt anzunehmen, der sich vorstellen konnte was man will“ macht keinen Sinn, weil „einen solchen Willen in’s Blaue (oder in’s Dasein!) giebt es nicht“ (KSA, 9, 4[310], S. 178). Das Triebmodell Nietzsches ist eine begriffliche Entfaltung dieser prinzipiellen Nicht-Übereinstimmung. Während Schopenhauer seine Willensmetaphysik aus dem Modell des Begehrens konzipiert, dem zufolge „wir werden durch unsere Begierden gelenkt: nicht durch unsere nützlichen und vernünftigen Interessen, geschweige durch unsere Tugend und Weisheit“ (KSA, 9, 5[27], S. 187), hat Nietzsche sich entschieden, „sich der Analogie des Menschen zu Ende [zu] bedienen“ (KSA, 11, 36[31], S. 563), d. h., bei seiner theoretischen Philosophie eine Anthropomorphisierungsstrategie zu verfolgen. Diese Strategie kann insoweit legitimiert werden, als man fähig ist, unser menschliches Bild von moralischen Vorstellungen und Gefühle zu befreien und „den Menschen nämlich zurück[zu]übersetzen in die Natur; über die vielen eitlen und schwärmerischen Deutungen und Nebensinne Herr [zu]werden, welche bisher über jenen ewigen Grundtext homo natura gekritzelt und gemalt wurden [...]“ (JGB, 230). Ein realistisch konzipiertes politisches Modell, wobei die Macht als Hauptbegriff auftritt, erlaubt Nietzsche unser triebhaftes Leben zu beschreiben, ohne unsere nützlichen und vernünftigen Interessen, unsere Tugend, Weisheit und Dummheit, unsere kompromiss- und vertragsfähige Natur ausklammern zu müssen. Zum Schluss unseres Beitrages wird die Frage gestellt, inwieweit das aus dem politischen Bereich konzipierte Triebmodell zu dem sogenannten Homunkulus-Fehlschluss führt und inwieweit diese Art von Fehlschluss zu vermeiden ist. (shrink)

The first part of my paper offers a brief characterization of what I call the non-hegemonic tradition of interpretation of Nietzsche's metaphilosophical program. In the second part, I suggest some small adjustments in the main argument of this tradition of interpretation. In general terms, the non-hegemonic tradition can be characterised by the claim that Nietzsche is a legitimate heir of the metaphilosophical programme first formulated by Friedrich Albert Lange in his ˜History of Materialism and Critique of its Significance for the (...) Present". None of the main interpreters of Nietzsche that I affiliate with this tradition of interpretation has formulated this claim quite explicitly, but I do not think that this characterization is inappropriate and I submit they could all accept it in the terms put forward in the present article. The main thesis states that Lange provides Nietzsche not so much with substantive theses as with the formal aspects of a philosophical programme whose content is drawn from other sources. This is the case, for example, in the attempt (in his early works) to mobilise Schopenhauer's metaphysics without committing himself to his epistemic claims. The attempt to execute this programme is surrounded by tensions that result not so much from Lange's sceptical theses as from what ultimately motivates them: the imperative of intellectual consciousness. This conflict remains unresolved as long as Nietzsche remains committed to the thesis of practical idealism according to which it is up to philosophy to satisfy certain metaphysical needs that are anthropologically unavoidable. The commitment to this anthropological thesis is what effectively places the young Nietzsche in the company of Kant, Schopenhauer and Lange. As soon as Nietzsche has abandoned this youthful commitment, he is prepared to revise his metaphilosophical convictions. (shrink)

A hipótese que procuro defender neste ensaio é a seguinte: a famosa expressão " Am Leitfaden des Leibes", que surge nos póstumos de 1884 e desaparece um ano depois, contabilizando pouco mais de dez ocorrências no conjunto dos fragmentos póstumos e nenhuma na obra publicada, é uma expressão cujo sentido e intenção devem ser desvendados tendo como pano de fundo o crescente interesse de Nietzsche, na virada da primeira para a segunda metade dos anos oitenta, na reabilitação da atividade especulativa. (...) Minha segunda hipótese é que, ao cunhar esta expressão, Nietzsche se inspira na reivindicação metodológica de Schopenhauer, segundo a qual o corpo é o único fio condutor que nos resta se queremos nos mover com alguma segurança pelo labirinto da especulação. Por "corpo próprio‘" (Leib), Schopenhauer designa um tipo específico de experiência intuitiva que teria sido negligenciada por Kant: a experiência do conjunto de nossa vida afetiva. Segundo a minha hipótese, a partir da segunda metade dos anos oitenta Nietzsche estaria disposto a reconhecer que a intuição metodológica de Schopenhauer estava correta. O erro de Schopenhauer teria consistido simplesmente em partir de uma concepção equivocada do corpo e do tipo de acesso que temos a ele. A divergência, portanto, não incidiria sobre o método próprio à especulação, mas sobre o conteúdo ao qual o método se aplicaria, ou seja, sobre a representação do corpo próprio e dos traços que lhe seriam essenciais. Persistem as divergências quanto ao que implica seguir este preceito metódico (por exemplo, sobre o que deve e o que não deve ser evitado no antropomorfismo subjacente ao método de projeção analógica), ou quanto ao meio mais apropriado de se obter uma representação do corpo próprio. Segundo Schopenhauer, nós teríamos uma intuição do que é essencial no corpo mediante a experiência imediata do querer. Segundo Nietzsche, somente após um longo e penoso processo que envolve tanto a investigação empírica quanto a reflexão conceitual chegamos a alguns resultados tímidos. Portanto, mesmo a especulação que se serve do corpo como fio condutor representa uma extrapolação em relação ao que estaríamos autorizados a inferir em um ambiente epistemicamente mais rigoroso. E isso não apenas pela razão de que a inferência analógica é por si mesma uma inferência logicamente abusiva (mas tolerável, na ausência de outro recurso), mas também pelo fato de que aquilo que serve de base para a inferência analógica é uma imagem seletiva e arbitrariamente construída, cuja legitimidade epistêmica, mesmo quando restrita ao domínio da fisiologia humana, é apenas relativa. Estas considerações fornecem parte das razões (as de ordem epistêmica) de porque Nietzsche nunca conseguiu se persuadir inteiramente de que o seu projeto de reabilitação da filosofia especulativa era legítimo. Esta indecisão o levou a postergar e, segundo alguns intérpretes, a finalmente abandonar a sua execução, ou pelo menos a sua tradução em uma obra literária sistemática. (shrink)

Nietzsche on the Banishment of Supererogation by Luther and its Influence on Modern Ethical Life and Moral Theorizing. Much attention has been paid to Nietzsche’s refusal of obligation-centred moral theories (such as Kantian deontology and Utilitarian consequentialism), but little or no attention to the historical roots of such conceptions. The aim of this paper is to explore the ways Nietzsche connects the Kantian version of legal moral theory to the Lutheran Reformation, taking as its leitmotif the exclusion by Luther of (...) the so-called supererogation (the ideal of a Christian perfect life of sainthood being the most evident case) from the horizon of our ethical life (see D 88; GS 355; NL 1884, 25[271]). After establishing this historical connection, we are better positioned to understand the motivation behind his rejection of legal moral theories, particularly the Kantian version. This also allows us to shed new light on the contemporary attempts to characterize Nietzsche’s much-discussed perfectionist normative commitments. (shrink)

The aim of the present article is to display and debate the main interpretive and philosophical claims defended by Simon Robertson in his Nietzsche and Contemporary Ethics. Robertson presents innovative and stimulating arguments that might interest primarily readers willing to better understand the Nietzschean moral theory and researchers interested in broader issues of contemporary moral theory, particularly in the analytic tradition. The author covers the main debates in the area, taking sides in disputes going on in normative theory, metaethics, moral (...) psychology and Nietzschean studies. Robertson mobilizes a set of interpretive and (purely) philosophical arguments, which deliver to the reader a final picture of Nietzsche’s perfectionist ideal. It is a theoretically consistent ideal that can be endorsed as a relevant alternative in the contemporary landscape of ethical theories. This alternative involves a powerful critique of the normative authority of morality, a sentimentalist moral psychology, a conception of the good life that combines the goods of excellence and flourishing, a modest conception of normativity that brings together internalist and externalist elements, and, finally, an irrealist metaethics that differs both from realism (which presupposes ontologically robust normative properties)and from reformist views (such as fictionalism and non-cognitivism). The article reconstructs Robertson's main arguments in favour of this set of claims, seeking to assess (1) to what extent they are convincing, both in their philosophical and interpretive ambitions and (2) how capable his methodological choices are to address critical challenges. (shrink)

Este artigo oferece alguns argumentos a favor da tese de que o método de reconstrução do contexto intelectual é mais adequado ao entendimento da obra de Nietzsche do que o método de leitura imanente. Independentemente dos méritos e limitações das respectivas metodologias, duas características gerais da obra de Nietzsche tornam a abordagem contextual mais promissora: a concepção nietzscheana da tarefa filosófica, na medida em que esta o leva a tratar de forma instrumental entidades abstratas ; e sua preferência pela forma (...) de exposição aforismática, na medida em que esta o obriga a ocultar parte importante de suas premissas. O limite para a instrumentalização de argumentos filosóficos será examinado na última seção do artigo. (shrink)

In this paper I intend to identify the kind of Amoralism Nietzsche is arguing for in his writings of the middle period. In the first part of the paper, I focus on the presuppositions as well as on the motivation underlying this version of the amoralist position. Nietzsche diagnoses a normative conflict between intellectual integrity and the metaphysical presuppositions of our moral vocabulary and practices. This diagnosis leads him to the conclusion that we should reform a substantive part of our (...) moral intuitions. However, this first critique of morality, one that we could label an internal critique, is not all that Nietzsche has to say about normativity, even if we consider only the works of the middle period. According to my interpretation, Nietzsche is committed to a position that could be described as normative Minimalism. By developing this position, Nietzsche was clearly influenced by Montaigne´s reception of both Epicureanism and Pyrrhonism. The kind of human life Nietzsche associated with this position is identified by him with the life of the free spirits, conceived as both a genuine heir and an emulator of the ascetic types made possible by the Christian culture, paradigmatically exemplified by Pascal and the French Jansenists. In the second part of this paper, I contrast this kind of normative Minimalism with Nietzsche´s defence of Perfectionism in his later works. I conclude my paper by calling attention to some argumentative advantages of normative Minimalism and to some argumentative difficulties that Perfectionism cannot preclude (from a genuine Nietzschean perspective). (shrink)

The aim of this paper is to show that the way in which Pascal reacts to Montaigne’s attempt of recovering the ancient conception of philosophy as a way of life by reworking certain elements he borrowed from the sceptical tradition will have a considerable impact on the similar philosophical project Nietzsche tries to develop in his so-called middle period works (section III of this paper). Nietzsche’s starting point is the diagnosis that the crisis of Christianity in Early Modern Europe did (...) not make room for the development of a contemplative life emancipated from religious illusions. Instead of that, it was followed by the degradation, not to say the complete suppression of contemplative life and the immersion in modern activism (see CS 359, BGE 58). The trilogy Nietzsche dedicated to the Free Spirits is an attempt to directly counteract this tendency and regain a non-religious sense of contemplative life in the most unlikely context of the bourgeois society of the second half of the Nineteenth Century. I intend to show that by the time of publishing Daybreak, Pascal becomes his most stimulating opponent. Before doing it, I reconstruct the way Montaigne receives and transforms the heritage of ancient scepticism (section I) and, thereafter, I proceed to investigate how Pascal reacts to the revival of ancient scepticism, putting special emphasis on the way he tries to undermine the ideal of a contemplative life freed from the tutelage of Christianity, a philosophical project which had in Montagne its most consequent representative (section II). (shrink)

This paper is divided into three sections. The purpose of the first section is to show how the search for an alternative conception of practical normativity by contemporary moral philosophers keeps affinities with Nietzsche's attempt to overcome morality in the nineteenth century. In the second section, I assess the merits and limitations of Brobjer's attempt to affiliate Nietzsche with the ancient Greek tradition of virtue ethics. In the third section, I present the different motivations behind Nietzsche's critique of the moral (...) conception of practical normativity. I claim that this diversity of motivations makes his position unstable and helps us to explain why he oscillates between the consequentialist and the non-consequentialist view of perfectionism. Although I do not discuss it exhaustively in this paper, I point out some reasons why Nietzsche should have advocated a non-consequentialist view of perfectionism. (shrink)

The present thesis intends the reconstruction of Nietzsche’s dialogue with the history of scepticism through the identification of his main sources. Such dialogue is constantly mediated by texts from authors contemporary to Nietzsche, therefore the reconstruction of the sources could not remain exclusively inside the sceptical tradition, but included frequently some post-Kantian authors. The fundamental claims of the present thesis are: Nietzsche was deeply acquainted with the history of scepticism; his work assumes this tradition in a very innovative manner; Nietzsche (...) not only associated himself instrumentally to scepticism, but tried to incorporate some of the essential commitments of the sceptical life to his understanding of philosophical life. (shrink)

This article aims to investigate the extent to which Abel’s insertion in the debate on scepticism and naturalism in the Anglophone philosophical tradition, especially in the historical Strawson-Stroud debate on the success of transcendental arguments in response to the sceptical challenge, allows the creation of a conceptual scheme which refuses both the conventionalist and the naturalist position in regard to our conceptual schemas, while at the same time seeking to differentiate itself from the apriorism of the Kantian tradition. Although I (...) acknowledge that interpretationism offers a new solution to the issues involved in this debate, I argue that this solution is unable to deliver everything it promises. This new conceptual space is not determined enough to pacify scepticism. I conclude by suggesting that the attempt to reconcile Nietzsche and Wittgenstein introduces instability in Abel’s interpretation. The reformist impulse of Nietzsche’s philosophy rests on the results of a preliminary naturalistic stage (genealogical inquiry) which neither Wittgenstein nor Abel seems willing to incorporate into their philosophies. (shrink)

This essay is a thorough critique of Regieoper and related contemporary modes of opera production that make radical deviations from the intended plot, setting, etc. of the work as conceived by its author(s).

This is the first of a series of papers in which I present a defense of moderate objectivism about the evaluation of performances of musical works in the Western classical tradition.

This paper addresses the following problem: to what extent do ontological considerations about musical works affect our evaluation of performances of those works? I argue for the claim that at least some important grounds on which performances are evaluated are specific to them, in that these grounds are either independent from, or related but not fully determined by, the properties of the works they are of. In the first part of the paper, I explore the relations between good-making features of (...) works and of performances of them. The second and third parts develop two kinds of example in favour of the claim above. In the last part, I discuss the significance of those examples in relation to the ways in which performances are assessed, and explore some further ramifications of them. (shrink)

Este artigo aborda as principais teorias sobre a natureza metafísica das obras de arte, cobrindo as propostas eliminativistas, monistas e pluralistas. Entre estas últimas, é dado destaque ao trabalho sobre a ontologia das artes performativas, e em particular, da música. Termina-se com uma referência à recente viragem da discussão para o campo da meta-ontologia e a polémica sobre a plausibilidade do revisionismo ontológico no caso de artefactos ou objectos sociais.

O artigo parte do consenso sobre a facto de que a arte tem valor para a exploração dos vários problemas sobre esse valor cujas soluções dividem os filósofos da arte. O enfoque é especialmente sobre a dimensão mais actual do debate em torno do tema, que se debruça não tanto sobre questões como o realismo quanto aos valores estéticos e a objectividade e justificação dos juízos de valor estético, mas acima de tudo sobre a natureza do valor artístico – que (...) tipo de valor é e em que propriedades da arte (se nalguma) reside. (shrink)

The paper addresses the issue of ethical obligations in the performance of musical works in the Western classical tradition, arguing that there are indeed such obligations, although they are not categorical. -/- PT: Na tradição clássica ocidental, as obras de arte musicais, teatrais e, até certo ponto, as coreografias, são criadas por artistas-autores, mas necessitam de ser executadas por intérpretes (instrumentistas, cantores e maestros, actores e encenadores, bailarinos, etc.). Estes são assim chamados porque existe sempre uma dose de descricionariedade, não (...) só nas suas decisões sobre o que as instruções inscritas na notação por parte do autor querem "realmente" dizer, como ainda acerca dos muitos aspectos necessária ou voluntariamente deixados em aberto por ele. Limitando-nos aos casos em que é evidente ou relativamente claro que o autor favorece, directamente ou por via das convenções artísticas por si tacitamente aceites, uma forma de interpretação da sua obra entre outras, debruço-me sobre a questão de saber se, para além das considerações estéticas integrantes da decisão de respeitar total ou parcialmente essa forma, há também considerações especificamente morais que sejam relevantes para tal decisão. Os tratamentos filosóficos desta questão tiveram alguma expressão nos anos 80 e 90, sobretudo a propósito do movimento da interpretação musical historicamente correcta ou informada de obras de épocas com as quais se estava a recuperar o contacto perdido em termos de modos de execução e instrumentos específicos dessas épocas. Curiosamente, contrastando com o debate entre a crítica de arte, o debate filosófico é muito menos vivo numa actualidade marcada pelo ecletismo pós-moderno que, sobretudo no teatro e na ópera, trata mesmo os aspectos mais estruturantes das obras como completamente opcionais, ou as obras elas as próprias como materiais para fusão, reconstrução ou improvisação. Revisitando os argumentos em torno do tópico, defenderei a prevalência da posição segundo a qual há uma dimensão moral nas artes performativas, mas que as obrigações daí resultantes não são todas categóricas, tendo diferentes graus de força, e devem ser entendidas como uma variável que tem de ser, em cada caso, ponderada lado a lado com as considerações estéticas. (shrink)

Não é pensando que criamos mundos. É compreendendo o mundo que aprendemos a pensar. Cosmovisão é um termo que deve significar um conjunto de fundamentos dos quais emerge uma compreensão sistêmica do Universo, seus componentes como a vida, o mundo em que vivemos, a natureza, o fenômeno humano e suas relações. Trata-se, portanto, de um campo da filosofia analítica alimentado pelas ciências, cujo objetivo é esse conhecimento agregado e epistemologicamente sustentável sobre tudo o que somos e contemos, que nos cerca (...) e que nos relaciona de alguma forma. É algo tão antigo quanto o pensamento humano e, além de utilizar elementos da cosmologia científica, engloba tudo na filosofia e na ciência que se refere ao universo e à vida. Uma cosmovisão não é um conjunto de ideias, hipóteses e suposições, mas um sistema baseado em observação, análise, evidência e demonstração. Nenhuma cosmovisão pretende definir, estabelecer, propor, mas apenas compreender, analisar e interpretar. Cada um de nós constrói e transporta sua cosmovisão ao longo da vida, sem estabelecer formas, como pano de fundo para nosso pensamento e comportamento. Linguisticamente, o termo “cosmovisão” derivaria do alemão, equivalente ao conceito de “ Weltanschauung”, usado por vários filósofos. No entanto, essa relação linguística não é aplicável porque contraria o que propomos como cosmovisão. Esta palavra alemã refere-se a uma visão pré-lógica ou proto-experimental da realidade, com um contexto intuitivo e longe de um conhecimento crítico ainda inexistente no momento da sua formulação. Sem dúvida, as cosmovisões , no sentido em que as entendemos, abrigam e utilizam esses elementos protoexperimentais ou pré-lógicos que incluem a história, o inconsciente coletivo e todos os arquétipos que carregamos. No entanto, no conceito que aqui aplicamos, a cosmovisão vai muito além desse conteúdo, primeiro por submetê-lo constantemente ao pensamento crítico presente e, finalmente, por tornar a experiência analítica (e não o próprio pensamento ou intuição) seu universo real. António Lopes expõe a amplitude deste conteúdo: -/- “Cosmovisões não são o produto do pensamento. Não nascem do simples desejo de saber. A apreensão da realidade é um momento importante em sua configuração, mas, no entanto, é apenas um. Vem da conduta vital, da experiência da vida, da estrutura de nossa totalidade psíquica. A elevação da vida à consciência no conhecimento da realidade, na valorização da vida e na realidade volitiva é o trabalho lento e árduo que a humanidade tem feito no desenvolvimento das concepções de vida. (W. Dilthey, 1992 [1911]: 120)” Neste trabalho, buscamos traçar uma cosmovisão baseada nas realidades que a ciência oferece hoje. Não nos propomos, em nenhum momento, a fazer ciência ou teorizar a filosofia, mas sempre buscaremos ser apoiados por elas ou, pelo menos, protegidos por elas das distorções cognitivas que costumamos carregar. (shrink)

Ce n'est pas en pensant que nous créons des mondes. C'est en comprenant le monde que nous apprenons à penser. La cosmovision est un terme qui devrait désigner un ensemble de fondements d'où émerge une compréhension systémique de l'Univers, de ses composantes comme la vie, le monde dans lequel nous vivons, la nature, le phénomène humain et leurs relations. C'est donc un champ de la philosophie analytique nourri par les sciences, dont l'objectif est cette connaissance agrégée et épistémologiquement soutenable de (...) tout ce que nous sommes et contenons, qui nous entoure, et qui nous concerne de quelques manières que ce soit. C'est quelque chose d'aussi vieux que la pensée humaine et, en plus d'utiliser des éléments de la cosmologie scientifique, il englobe tout ce qui, dans la philosophie et la science, se réfère à l'univers et à la vie. Une cosmovision n'est pas un ensemble d'idées, d'hypothèses et de suppositions, mais un système établi sur l'observation, l'analyse, la preuve et la démonstration. Aucune cosmovision n'entend définir, établir ou proposer, mais seulement comprendre, analyser et interpréter. Chacun de nous construit et transporte sa cosmovision tout au long de sa vie, sans établir de forme, comme toile de fond de nos pensées et de nos comportements. Linguistiquement, le terme « cosmovision » dériverait de l'allemand, équivalent au concept de « Weltanschauung », tel qu'il a été utilisé par plusieurs philosophes. Cependant, cette relation linguistique n'est pas applicable, car elle contredit ce que nous proposons comme cosmovision. Ce mot allemand fait référence à une vision prélogique ou proto-expérimentale de la réalité, avec un contexte intuitif et loin des connaissances critiques encore inexistantes au moment de sa formulation. Sans aucun doute, les cosmovisions, au sens où nous les entendons, abritent et utilisent ces éléments proto-expérimentaux ou prélogiques qui incluent l'histoire, l'inconscient collectif et tous les archétypes que nous portons. Or, dans le concept que nous appliquons ici, la cosmovision va bien au-delà de ce contenu, d'abord en le soumettant constamment à la pensée critique actuelle et enfin en faisant de l'expérience analytique (et non de la pensée elle-même ou de l'intuition) son univers réel. António Lopes expose l'étendue de ce contenu : [ ] « Les cosmovisions ne sont pas le produit de la pensée. Ils ne naissent pas du simple désir de savoir. L'appréhension de la réalité est un moment important dans sa configuration, mais, néanmoins, ce n'en est qu'un. Elle vient de la conduite vitale, de l'expérience de la vie, de la structure de notre totalité psychique. L'élévation de la vie à la conscience dans la connaissance de la réalité, dans l'évaluation de la vie et dans la réalité volitive est le travail lent et ardu que l'humanité a fait dans le développement des conceptions de la vie. (W.Dilthey, 1992 [1911] : 120). Dans cet ouvrage, nous cherchons à esquisser une cosmovision fondée sur les réalités que la science offre aujourd'hui. Nous ne proposons, à aucun moment, de faire de la science ; ou théoriser la philosophie, mais nous chercherons toujours à être soutenus par eux ou, du moins, protégés par eux des distorsions cognitives que nous portons habituellement. -/- . (shrink)

It is not by thinking that we create worlds. It is by understanding the world that we learn to think. Cosmovision is a term that should mean a set of foundations from which emerges a systemic understanding of the Universe, its components as life, the world we live in, nature, human phenomena, and their relationships. It is, therefore, a field of analytical philosophy fed by the sciences, whose objective is this aggregated and epistemologically sustainable knowledge about everything that we are (...) and contain, that surrounds us, and that relates to us in any way. It is something as old as human thought, and, in addition to using elements of scientific cosmology, it encompasses everything in philosophy and science that refers to the universe and life. A cosmovision is not a set of ideas, hypotheses, and assumptions but a system based on observation, analysis, evidence, and demonstration. No cosmovision intends to define, establish, or propose but only to understand, analyse, and interpret. Each of us builds and transports his cosmovision throughout life, without establishing forms, as a background for our thinking and behaviour. Linguistically, the term “cosmovision” would derive from the German, equivalent to the concept of “ Weltanschauung,” as used by several philosophers. However, this linguistic relationship is not applicable because it contradicts what we propose as a cosmovision. This German word refers to a pre-logical or proto- experimental vision of reality, with an intuitive context and far from critical knowledge still non-existent at the time of its formulation. Undoubtedly, cosmovisions, in the sense in which we understand them, house and use these proto-experimental or pre-logical elements that include history, the collective unconscious, and all the archetypes we carry. However, in the concept that we apply here, the cosmovision goes far beyond this content, firstly by constantly submitting it to present critical thinking, and finally by making the analytic experience ( and not the thought itself or intuition) its actual universe. António Lopes expose the breadth of this content: -/- "Cosmovisions are not the product of thought. They do not spring from the simple desire to know. The apprehension of reality is an important moment in its configuration, but, nevertheless, it is only one. It comes from the vital conduct, from the experience of life's evaluation, and from the structure of our psychic totality. The elevation of life to consciousness in the knowledge of reality, in the valuation, and in the volitional reality is the slow and arduous work that humanity has done in the development of the conceptions of life. (W. Dilthey, 1992 [1911]: 120)”(1) -/- In this work, we seek to outline a cosmovision based on the realities that science offers today. We do not propose, at any time, to do science; or theorise philosophy, but we will always seek to be supported by them or, at least, protected by them from the cognitive distortions that we usually carry. ________________________________________________ (1) Lopes , Antonio – “ Weltanschauung (Cosmovision)” (2009 ) in Carlos Ceia's E-Dictionary of Literary Terms. -/- . (shrink)

No es pensando como creamos mundos. Es comprendiendo el mundo como aprendemos a pensar. Cosmovisión es un término que debe significar un conjunto de fundamentos a partir de los cuales emerge una comprensión sistémica del Universo, sus componentes como la vida, el mundo en que vivimos, la naturaleza, el fenómeno humano y sus relaciones. Es, por tanto, un campo de la filosofía analítica alimentado por las ciencias, cuyo objetivo es ese conocimiento agregado y epistemológicamente sostenible sobre todo lo que somos (...) y contenemos, que nos rodea y con lo que nos relacionamos de alguna manera. Es algo tan antiguo como el pensamiento humano y, además de utilizar elementos de la cosmología científica, engloba todo lo que en filosofía y ciencia se refiere al universo y la vida. Una cosmovisión no es un conjunto de ideas, hipótesis y suposiciones, sino un sistema basado en la observación, el análisis, la evidencia y la demostración. Ninguna cosmovisión pretende definir, establecer, proponer, sino solo comprender, analizar e interpretar. Cada uno de nosotros construimos y transportamos nuestra cosmovisión a lo largo de nuestra vida, sin establecer formas, como trasfondo de nuestro pensamiento y comportamiento. Lingüísticamente, el término “cosmovisión” se deriva del alemán, equivalente al concepto de “Weltanschauung” utilizado por varios filósofos. Sin embargo, esta relación lingüística no es aplicable porque va en contra de lo que proponemos como cosmovisión. Esta palabra alemana hace referencia a una visión prelógica o protoexperimental de la realidad, con un contexto intuitivo y alejado de un conocimiento crítico que aún no existía en el momento de su formulación. Sin duda, las cosmovisiones, no tiene sentido en que las entendamos, cobijen y utilicen estos elementos proto-experimentales o prelógicos que incluyen la historia, el inconsciente colectivo y todos los arquetipos que portamos. Sin embargo, en el concepto que aquí aplicamos, la cosmovisión va mucho más allá de este contenido, primero al someterlo constantemente al pensamiento crítico actual y, finalmente, al hacer de la experiencia analítica (y no del pensamiento o la intuición en sí) su verdadero universo. António Lopes expone la amplitud de este contenido: -/- “Las cosmovisiones no son el producto del pensamiento. No nacen del simple deseo de saber. La aprehensión de la realidad es un momento importante en su configuración, sin embargo, es uno solo. Proviene de la conducta vital, de la experiencia de vida, de la estructura de nuestra totalidad psíquica. El apoyo de la vida a la conciencia en el conocimiento de la realidad, en la apreciación de la vida y en la realidad volitiva, es el trabajo lento y arduo que ha hecho la humanidad en el desarrollo de los conceptos de vida. (W. Dilthey, 1992 [1911]: 120)” . En este trabajo buscamos esbozar una cosmovisión a partir de las realidades que ofrece la ciencia en la actualidad. No nos proponemos, en ningún momento, hacer ciencia; o teorizar la filosofía, pero siempre buscaremos ser apoyados por ellos o, al menos, protegidos por ellos de las distorsiones cognitivas que solemos llevar. -/- . (shrink)

Kosmovisi Adalah Istilah yang seharusnya berarti seperangkat fondasi yang darinya muncul pemahaman sistemik tentang Alam Semesta, komponen-komponennya sebagai kehidupan, dunia tempat kita hidup, alam, fenomena manusia, dan hubungan mereka. Oleh karena itu, ini adalah bidang filsafat analitis yang disuplai oleh ilmu pengetahuan, yang tujuannya adalah pengetahuan yang terkumpul dan berkelanjutan secara epistemologis tentang segala sesuatu yang ada dan terkandung dalam diri kita, yang mengelilingi kita, dan yang berhubungan dengan kita dengan cara apa pun. Ini adalah sesuatu yang sama tuanya dengan (...) pemikiran manusia, dan, selain menggunakan unsur-unsur kosmologi ilmiah, ini mencakup segala sesuatu dalam filsafat dan sains yang mengacu pada alam semesta dan kehidupan. Kosmovisi bukanlah sekumpulan ide, hipotesis, dan asumsi, melainkan sebuah sistem yang didasarkan pada observasi, analisis, bukti, dan demonstrasi. Tidak ada kosmovisi yang bermaksud untuk mendefinisikan, menetapkan, atau mengusulkan, tetapi hanya memahami, menganalisis, dan menafsirkan. Masing-masing dari kita membangun dan membawa kosmovisi-nya sepanjang hidup, tanpa menetapkan bentuk, sebagai latar belakang pemikiran dan perilaku kita. Secara linguistic, Istilah "kosmovisi" akan berasal dari padanan bahasa Jerman untuk konsep "Weltanschauung", seperti yang digunakan oleh beberapa filsuf. Namun, hubungan linguistic ini tidak dapat diterapkan karena bertentangan dengan apa yang kami usulkan sebagai kosmovisi. Kata Jerman ini mengacu pada visi pra-logis atau proto-eksperimental tentang realitas, dengan konteks intuitif dan jauh dari pengetahuan kritis yang masih belum ada pada saat perumusannya. Tidak diragukan lagi, kosmovisi, dalam pengertian yang kita pahami, menampung dan menggunakan elemen-elemen proto-eksperimental atau pra-logis yang mencakup sejarah, ketidaksadaran kolektif, dan semua pola dasar yang kita bawa. Namun, dalam konsep yang kami terapkan di sini, kosmovisi jauh melampaui konten ini, pertama-tama dengan terus-menerus menyerahkannya untuk menghadirkan pemikiran kritis dan akhirnya dengan menjadikan pengalaman analitik (dan bukan pemikiran itu sendiri atau intuisi) sebagai alam semesta yang sebenarnya. António Lopes memaparkan luasnya konten ini: -/- "Kosmovisi bukanlah produk dari pemikiran. Mereka tidak muncul dari keinginan sederhana untuk mengetahui. Pemahaman tentang realitas adalah momen penting dalam konfigurasinya, tetapi, bagaimanapun, itu hanya satu. Itu berasal dari perilaku vital, dari pengalaman hidup, dari struktur totalitas psikis kita. Peningkatan kehidupan menuju kesadaran dalam pengetahuan tentang realitas, dalam penilaian kehidupan dan dalam realitas kehendak adalah pekerjaan yang lambat dan sulit yang telah dilakukan umat manusia dalam pengembangan konsepsi kehidupan. (W. Dilthey, 1992 [1911]: 120)" . Dalam karya ini, kami berusaha menguraikan sebuah visi kosmik berdasarkan realitas yang ditawarkan sains saat ini. Kami tidak mengusulkan, kapan pun, untuk melakukan sains atau berteori tentang filsafat. Namun, kami akan selalu berusaha untuk didukung oleh mereka atau, setidaknya, dilindungi oleh mereka dari distorsi kognitif yang biasanya kita bawa. (shrink)

Ang Diyos ay hindi naglalaro ng dado", inulit ni Einstein mula sa taas ng kanyang determinismo, ngunit sa katunayan ang kosmos ay naghahagis ng mga buto nito nang sadyang mapagpasya: ang mga dado nito ay laruin. Hindi sa pag-iisip na tayo ay lumikha ng mga mundo. Sa pamamagitan ng pag-unawa sa mundo natututo tayong mag-isip. Ang Cosmovision ay isang termino na dapat ay nangangahulugang isang hanay ng mga pundasyon kung saan lumalabas ang isang sistematikong pag-unawa sa Uniberso, ang mga bahagi (...) nito bilang buhay, ang mundong ating ginagalawan, kalikasan, mga phenomena ng tao, at ang kanilang mga relasyon. Ito ay, samakatuwid, isang larangan ng analytical na pilosopiya na pinapakain ng mga agham, na ang layunin ay ang pinagsama-samang at epistemologically sustainable na kaalaman tungkol sa lahat ng kung ano tayo at nilalaman, na nakapaligid sa atin, at nauugnay sa atin sa anumang paraan. Ito ay isang bagay na kasingtanda ng pag-iisip ng tao, at, bilang karagdagan sa paggamit ng mga elemento ng siyentipikong kosmolohiya, sinasaklaw nito ang lahat ng bagay sa pilosopiya at agham na tumutukoy sa uniberso at buhay. Ang cosmovision ay hindi isang set ng mga ideya, hypotheses, at assumptions kundi isang sistemang batay sa obserbasyon, pagsusuri, ebidensya, at pagpapakita. Walang cosmovision na naglalayong tukuyin, itatag, o imungkahi ngunit para lamang maunawaan, suriin, at bigyang-kahulugan. Bawat isa sa atin ay nagtatayo at naghahatid ng kanyang kosmobisyon sa buong buhay, nang hindi nagtatatag ng mga anyo, bilang isang background para sa ating pag-iisip at pag-uugali. Sa lingguwistika, ang terminong "cosmovision" ay magmumula sa Aleman, katumbas ng konsepto ng "Weltanschauung," na ginamit ng ilang mga pilosopo. Gayunpaman, ang relasyong pangwika na ito ay hindi naaangkop dahil sumasalungat ito sa aming iminumungkahi bilang isang cosmovision. Ang salitang Aleman na ito ay tumutukoy sa isang pre-logical o proto- experimental na pananaw ng realidad, na may intuitive na konteksto at malayo sa kritikal na kaalaman na wala pa rin sa oras ng pagbabalangkas nito. Walang alinlangan, ang mga cosmovision, sa diwa kung saan natin nauunawaan ang mga ito, ay nagtataglay at gumagamit ng mga proto-experimental o pre-logical na elementong ito na kinabibilangan ng kasaysayan, ang sama-samang walang malay, at lahat ng mga archetype na dala natin. Gayunpaman, sa konseptong inilalapat natin dito, ang cosmovision ay higit na lumalampas sa nilalamang ito, una sa pamamagitan ng patuloy na pagsusumite nito upang ipakita ang kritikal na pag-iisip, at sa wakas sa pamamagitan ng paggawa ng analitikong karanasan (at hindi ang kaisipan mismo o intuwisyon) ang aktwal nitong uniberso. Inilantad ni António Lopes ang lawak ng nilalamang ito: "Ang mga cosmovision ay hindi produkto ng pag-iisip. Hindi sila nagmumula sa simpleng pagnanais na malaman. Ang pagkaunawa sa katotohanan ay isang mahalagang sandali sa pagsasaayos nito, ngunit, gayunpaman, ito ay isa lamang. Ito ay nagmumula sa mahahalagang pag-uugali, mula sa karanasan ng pagsusuri sa buhay, at mula sa istruktura ng ating saykiko na kabuuan Ang pagtaas ng buhay sa kamalayan sa kaalaman sa realidad, sa pagpapahalaga, at sa kusang katotohanan ay ang mabagal at mahirap na gawain. na ginawa ng sangkatauhan sa pagbuo ng mga konsepto ng buhay (W. Dilthey, 1992 [1911]: 120). Sa gawaing ito, hinahangad nating balangkasin ang isang kosmobisyon batay sa mga realidad na inaalok natin ngayon hindi nagmumungkahi, sa anumang oras, na gumawa ng agham; o magteorya ng pilosopiya, ngunit lagi nating hahanapin na suportahan sila o, hindi bababa sa, protektahan nila mula sa mga pang-unawang distorsyon na karaniwan nating dala. (shrink)

Os minerais possuem uma influência direta em diversos processos fisiológicos no organismo animal e, mesmo com tamanha importância, por vezes são negligenciados pelos produtores para seu fornecimento para os animais. Este estudo teve como objetivo avaliar o desempenho reprodutivo de rebanhos de bovinos, caprinos e ovinos em 8 propriedades rurais nas cidades de Sanharó, Pesqueira, Arcoverde, Belo Jardim e São Bento do Una através da adição de suplemento mineral e mistura múltipla aos animais de forma a atender suas necessidades básicas (...) para mantença e reprodução. Foram avaliados os desempenhos de 4 touros e 25 vacas, 3 bodes e 50 cabras e 4 carneiros e 48 ovelhas em diferentes propriedades, avaliando como a adição de um suplemento mineral específico da espécie impacta de forma positiva nos índices reprodutivos avaliados que foram taxa de cio, taxa de serviço, taxa de concepção, taxa de fertilidade, taxa de prenhez, taxa de perdas gestacionais, taxa de natalidade e taxa de mortalidade. O experimento teve duração de 2 anos e pôde-se avaliar cerca de 2 partos nas vacas e, mais ou menos, 3 partos em cabras e ovelhas. Os dados foram computados e avaliados estatisticamente no Excel para conferir se os índices reprodutivos melhoraram em função da adição de minerais na ração dos animais. Conferiu-se que houve diferença significativa entre todos os índices avaliados, ou seja, a adição de minerais na ração dos animais melhora a eficiência reprodutiva de machos e fêmeas de animais ruminantes, sendo de suma importância sua disponibilização de forma correta para alcançar bons índices reprodutivos na fazenda na busca pela obtenção de neonatos que poderão ser comercializados. -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASTRO, G. B. A importância da adição de minerais na dieta de caprinos e ovinos no Agreste de Pernambuco. Trabalho de Conclusão de Curso (Técnico Subsequente em Agropecuária) - IFPE Campus Belo Jardim. Belo Jardim, 2023. 44 p. BALAMURUGAN, B. et al. Mineral an important nutrient for efficient reproductive health in dairy cattle. Int. J. Environ. Sci. Technol, v. 6, n. 1, p. 694-701, 2017. Barros NN, Bomfim MAD. Mistura múltipla para caprinos e ovinos. In: Anais VIII PECNORDESTE – Seminário Nordestino de Pecuária, 8; 2004; Fortaleza, Brasil. Fortaleza: FAEC, 2004. p. 50-57. 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YASOTHAI, R. Importance of minerals on reproduction in dairy cattle. International Journal of Science, Environment and Technology, v. 3, n. 6, p. 2051-2057, 2014. (shrink)

Sumário: 1. O conceito de revolução, Amélia de Jesus Oliveira; 2. Mudanças de concepção de mundo, Artur Bezzi Günther; 3. Habilidade e causalidade: uma proposta confiabilista para casos típicos de conhecimento, Breno Ricardo Guimarães Santos; 4. El realismo interno de Putnam y sus implicaciones en la filosofía de la ciencia y para el realismo científico, Marcos Antonio da Silva; 5.O papel da observação na atividade científica segundo Peirce, Max Rogério Vicentini; 6.Fact and Value entanglement: a collapse of objective (...) reality?, Oswaldo Melo Souza Filho; 7.Realismo interno e o paradoxo de Putnam, Renato Mendes Rocha; 8.Uma informação, dois formatos, dois destinos, Cícero Antônio Cavalcante Barroso; 9.O Mentiroso e as intuições acerca da noção de verdade na perspectiva de Saul Kripke, Ederson Safra Melo; 10.A conceptual difficulty with some definitions of behavior, Filipe Lazzeri; 11.A faceta epistêmica do problema da referência, Saulo Moraes de Assis; 12.Princípios metafísicos do método newtoniano, Bruno Camilo de Oliveira; 13.A resposta aristotélica para a aporia do regresso ao infinito nas demonstrações, Daniel Lourenço; 14.O uso da doutrina da ponderação aplicado ao principialismo, Cinthia Berwanger Pereira; 15.A fenomenologia da vida interior em Hannah Arendt, Elizabete Olinda Guerra; 16.Por que achar que o direito é formado por ordens é um fracasso?, ria Alice da Silva; 17 Por que ainda há poucas mulheres na filosofia? Uma versão modificada do modelo das “vozes diferentes”, Tânia A. Kuhnen; 18.Algumas considerações sobre Substância, Forma e Matéria na Metafísica de Aristóteles, Gabriel Geller Xavier. (shrink)

In recent years, online “involuntary celibate” or “incel” communities have been linked to various deadly attacks targeting women. Why do these men react to romantic rejection with not just disappointment, but murderous rage? Feminists have claimed this is because incels desire women as objects or, alternatively, because they feel entitled to women’s attention. I argue that both of these explanatory models are insufficient. They fail to account for incels’ distinctive ambivalence toward women—for their oscillation between obsessive desire and violent hatred. (...) I propose instead that what incels want is a Beauvoirian “Other.” For Beauvoir, when men conceive of women as Others, they represent them as simultaneously human subjects and embodiments of the natural world. Women function then as sui generis entities through which men can experience themselves as praiseworthy heroes, regardless of the quality of their actions. I go on to give an illustrative analysis of Elliot Rodger’s autobiographical manifesto, “My Twisted World.” I show how this Beauvoirian model sheds light on Rodger’s racist and classist attitudes and gives us a better understanding of his ambivalence toward women. It therefore constitutes a powerful and overlooked theoretical alternative to accounts centered on objectification and entitlement. (shrink)

This essay examines the possibility that phenomenological laws might be implemented by a computational mechanism by carefully analyzing key passages from the Prolegomena to Pure Logic. Part I examines the famous Denkmaschine passage as evidence for the view that intuitions of evidence are causally produced by computational means. Part II connects the less famous criticism of Avenarius & Mach on thought-economy with Husserl's 1891 essay 'On the Logic of Signs (Semiotic).' Husserl is shown to reaffirm his earlier opposition to associationist (...) (Humean) and adaptationist (Darwinian) explanations of our thought-machine on the ground that they cannot reconstruct the notion of truth and its syntactic mental preservation in symbolic thought-trains. Part III reveals Husserl's interesting commitment to the idea that descriptive sciences necessarily transform into explanatory sciences on pain of contradicting the essence of science as a rational ideal. Since explanation in relation to phenomenology means causal explanation, and causal explanation in the form of the Denkmaschine accounts for phenomenological intuition, it is inferred that the rationally compelling ideal of explanatory science requires a computationalist reading of the subsequent logical investigations. (shrink)

The idea that women qua women can be dehumanized has been dismissed by feminist philosophers, like Kate Manne, and by philosophers of dehumanization, like David Livingstone Smith. Against these skeptics, I argue that we can and should use dehumanization to explain an important strand of misogyny. When they are dehumanized, women are represented simultaneously as human and as inhuman embodiments of the natural world. They therefore appear as magical, contaminating, sexualized threats towards whom violence is acceptable or even necessary. Misogynistic (...) dehumanization is important to understanding atrocities like the early modern European witch-hunts, but also contemporary phenomena like incel violence. (shrink)

Aesthetic hedonism is the view that to be aesthetically good is to please. For most aesthetic hedonists, aesthetic normativity is hedonic normativity. This paper argues that Kant’s third Critique contains resources for a nonhedonic account of aesthetic normativity as sourced in autonomy as self-legislation. A case is made that the account is also Kant’s because it ties his aesthetics into a key theme of his larger philosophy.

Estas reflexões têm como principal objetivo mostrar como a concepção do belo em Agostinho de Hipona é tributária da tradição platônico-aristotélica e das Escrituras. No que tange à primeira influência, a ênfase é colocada nas noções de simetria, de proporção, de forma, de unidade e, portanto, de belo. No que diz respeito às Escrituras, Agostinho considera em primeiro lugar o papel da criação e a ação de Deus no universo como o Ser a partir do qual todas as coisas se (...) mantêm harmônica e proporcionalmente vinculadas entre si. Neste universo, ao pôr o acento sobre o homem como a imagem e semelhança de Deus, o teólogo explora igualmente o conceito de participação, que também remete a Platão e às Escrituras. O texto termina apontando para o paradoxo, tipicamente estoico, do apesar de, isto é, apesar do mal, existe o bem, apesar do feio e do desgracioso, existe o belo. (shrink)

One of the objections against the thesis of underdetermination of theories by observations is that it is unintelligible. Any two empirically equivalent theories — so the argument goes—are in principle intertranslatable, hence cannot count as rivals in any non-trivial sense. Against that objection, this paper shows that empirically equivalent theories may contain theoretical sentences that are not intertranslatable. Examples are drawn from a related discussion about incommensurability that shows that theoretical non-intertranslatability is possible.

One of the key insights of Simone de Beauvoir’s The Second Sex is the idea that gender-based subordination is not just something done to women, but also something women do to themselves. This raises a question about ethical responsibility: if women are complicit, or actively implicated in their own oppression, are they at fault? Recent Beauvoir scholarship remains divided on this point. Here, I argue that Beauvoir did, in fact, ethically criticize many women for their complicity, as a sign of (...) what she called “bad faith”. I challenge recent accounts by Nancy Bauer and Manon Garcia, who both read Beauvoir as exonerating complicit women. According to this reading, women emerge as human “freedoms” within a social world where a “destiny” of inferiority is already prepared for them. Their self-subordination is then an inevitable product of acting in a patriarchal world. I argue, however, that this interpretation generates a crucial tension, leading Bauer and Garcia to call on women to stop being complicit, while also claiming they cannot avoid complicity. I propose instead a different interpretation, on which feminine complicity is often fueled by criticizable ethical attitudes that are far from inevitable. By revisiting Beauvoir’s notion of “bad faith”, I show that this account is compatible with recognizing the limitations imposed on women’s agency and I show that this feminist ethical criticism is itself an important part of a collective project of social transformation. (shrink)

This paper concerns the investigation of some speciñc possible relation between Rev. John Gay’s and David Hume’s moral theories. In the part, Gay’s thought is reconstructed trying to show his relatively neglected central role in the utilitarian tradition. From a close scrutiny of Gay’s criticisms to Hutcheson's moral theory it is possible to show how the author, Working on lockean views of language and psychology, have constructed in the moral branch an specifically utilitarian theoretical framework. In the second part, it (...) is argued in favor of a certain continuity between Gay’s and Hume’s moral thought. The comparison of the Rev. John Gay’s Dissertation concerning the fundamental principle ofthe virtue or morality with Hume’s books II and III of A Treatise of human Nature reveals similarities which support the hypothesis, chronologically possible, that Hume was inspired or perhaps influenced by the reading of Gay's Dissertation. As matter of conclusion it is suggested that Hume’s Tïeatise paragraph about “is” and “ought” is somehow related to Gay's Dissertation paragraph in which We can read “...some things and actions are apt to produce pleasure, others pain; some are convenient, other inconvenient for a society; some are for the good of mankind; others tend to detriment of it; therefore those are to be chosen which tend to the good of mankind, the others to be avoided.”. (shrink)

Nota do tradutor: O escopo da psicologia é o primeiro capítulo do tratado The principles of psychology (Os princípios de psicologia) de William James (1842-1910), publicado originalmente em 1890. Nesse capítulo inaugural, James enfrenta uma questão central e perene na psicologia: a necessidade (e dificuldade) da demarcação do campo psicológico. Como representante de uma tradição que ainda falava da psicologia no singular, James vê na multiplicidade de assuntos, métodos e problemas da psicologia um desafio para uma disciplina que se pretendia (...) científica. De um lado, era necessário assumir o caráter plural dos assuntos que merecem ser agrupados pela palavra psicologia, negando um reducionismo grosseiro, que, em favor de uma integração teórica, alijasse a “vida mental” de sua riqueza imanente. De outro lado, havia ainda a esperança de uma sistematização que pudesse evitar a completa fragmentação do campo psicológico. A história parece ter mostrado que a preocupação de James era, de fato, legítima, pois o que se viu a partir do século XX foi o fracasso de diferentes sistemas de psicologia, levando a um círculo vicioso no qual a dificuldade de demarcação do campo psicológico fragmenta cada vez mais a psicologia, o que, por sua vez, torna ainda mais distante a possibilidade de se encontrar critérios que possam sistematizar toda essa diversidade. Nesse sentido, O escopo da psicologia não é apenas uma introdução ao livro Os princípios de psicologia, mas uma introdução à psicologia moderna. (shrink)

Os projetos de psicologia científica enfrentam pelo menos duas ameaças. A primeira delas surge quando uma proposta de psicologia tenta seguir os cânones da ciência moderna. Nesse caso, torna-se necessário "objetivar o fenômeno psicológico", o que, geralmente, é feito por meio da sua tradução em termos fisiológicos. Mas, nesse ponto, a especificidade da psicologia é ameaçada pelo reducionismo fisiológico. A segunda ameaça aparece quando um projeto de psicologia tenta evitar o reducionismo fisiológico defendendo a natureza subjetiva irredutível do fenômeno psicológico. (...) No entanto, isso coloca uma série de dificuldades metodológicas. Dessa maneira, a segunda ameaça às propostas de psicologia científica é o mentalismo, que impõe limitações ao emprego do método científico. O presente ensaio tem o objetivo de mostrar como o projeto de psicologia científica de Tolman pode ser visto como uma alternativa a essas duas ameaças. Em primeiro lugar, examinamos em que medida a concepção de comportamento como fenômeno molar afasta Tolman do reducionismo fisiológico. Em seguida, analisamos algumas dificuldades decorrentes dessa proposta, em especial, as limitações inerentes à epistemologia realista - adotada inicialmente por Tolman. Por fim, apresentamos a proposta tolmaniana de superação dessas dificuldades: trata-se da analogia entre teorias científicas e mapas, que revela a adoção de uma epistemologia instrumentalista por Tolman. (shrink)

Neste trabalho apresentamos um estudo ontológico, epistemológico, semântico e metodológico do conhecimento da Física visando alcançar um profundo entendimento de seus construtos. Partindo deste estudo, empreendemos uma pesquisa - realizada numa turma de alunos do curso de Especialização em Ensino de Física da Universidade Federal do Ceará -, sobre o ensino/aprendizagem dos conceitos da Física Moderna e Contemporânea. Durante as aulas, ao longo do curso de Especialização, através da observação de discussões envolvendo questões teóricas específicas, buscamos identificar como os obstáculos (...) epistemológicos estavam relacionados ao aprendizado dos alunos e ao ensino dos professores. Os resultados e discussões apresentados neste trabalho são parciais, mas mostram a necessidade de se entender como a Física constrói seus conceitos e teorias para que, com isto, reconhecendo e superando os obstáculos epistemológicos, se possa promover satisfatoriamente o ensino/aprendizagem da Física Moderna e Contemporânea. (shrink)

Hume once argued the basic science to be not physics but “the science of man” and the foundation of this science to be the empiricist mechanism of association governed by the law of similarity in appearance—now more popular than ever in the form of artificial neural networks. I update Hume’s picture by showing phenomenology to be centrally concerned with providing a unifying basis for all the sciences (including physics) by going beyond the psychology of associationism (passive synthesis) to reveal phenomena (...) that are irreducibly syntactic (not associative) in structure. I therefore argue that the language of thought (LOT) is the necessary mechanism at the basis of these descriptive phenomena. I conclude by sketching a new picture of all the sciences unified by LOT based on Husserl’s opposition to Galilean “physicomathematical” science vis-à-vis the life-world (Lebenswelt). (shrink)